Libertando Livros no Centro Cultural da Justiça Federal

No dia vinte e oito de fevereiro, das 12 às 19 horas, quem estiver no Centro do Rio e passar no Centro Cultural da Justiça Federal – Av. Rio Branco, 241 – Cinelândia, vai poder levar para casa um livro. Qualquer pessoa pode levar um. É de graça e sem burocracia. O único compromisso é passá-lo adiante depois de ler. Basta deixá-lo em algum local público (praça, posto de saúde, padaria, ponto de ônibus, bar ), onde seja grande o movimento de pessoas.

Serão distribuídos gratuitamente cerca de 600 livros em mais uma ação do projetoLivro de Rua. Tem para todos os gostos: romances, obras científicas, de auto-ajuda, didáticos, religiosos, para crianças e jovens, entre outros.   

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Livreiro do Alemão: a história de uma vida transformada pela literatura

Globo Ação – 04/02/13

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Quando era criança, Otávio Cesar Santiago de Souza Junior encontrou um livro em um lixão do Morro do Caracol, no Complexo do Alemão, e desde então a literatura não saiu mais de sua vida. O menino passou a frequentar a Biblioteca Popular da Penha e teve a ideia de levar um pouco daquele universo para o Morro do Caracol. Andando de porta em porta, distribuindo livros e fazendo palestras, Otavio conquistou o respeito da comunidade e hoje, aos 29 anos, é conhecido como ‘O Livreiro do Alemão’. O projeto Ler é 10 – Leia Favela virou um ponto de leitura oficial em 2011, com o apoio da Fundação Biblioteca Nacional e atende cerca de 300 crianças por dia, crianças como Otávio Junior foi um dia, cheias de curiosidade quando pegam um livro.

“A leitura tem um poder transformador, sou prova viva disso. Hoje tenho oportunidades que não teria, caso não fossem os livros. Reformei um antigo bar e lá funciona o Ler é 10, mas continuo com as atividades itinerantes, o Complexo é grande, são mais de 20 comunidades, basta um pequeno espaço para reunir as crianças. Temos mais de 2000 livros, 1000 que chegaram com o kit do ponto de leitura e o restante é doação. Além da Biblioteca Nacional, o projeto conta com a ajuda de escritores, editores, ilustradores, leitores, do instituto Kinder do Brasil e da Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica (AFEIGRAF)”, conta Otávio Junior.

Em 2011, Otávio Junior lançou o livro ‘O Livreiro do Alemão’, contando sua história, e também fez uma participação como ele mesmo, na novela Salve Jorge, da Rede Globo, ambientada no Morro do Alemão. Mas não foi a primeira vez que ele apareceu na TV: em 2006, Otávio ganhou reconhecimento nacional, após participar do quadro Agora ou Nunca, no programa Caldeirão do Huck, onde ganhou um prêmio em dinheiro para estruturar seu projeto. E, em 2008, foi um dos destaques do Prêmio Globo Faz a Diferença (categoria Megazine), organizado pelo jornal O Globo.

“Meu livro fala da experiência como promotor de leitura em zonas periféricas e sobre o desafio de levar a literatura para uma das maiores comunidades do Brasil. Fico feliz por representar a literatura da favela. Hoje já mostram a comunidade no cinema e nas novelas, mas ainda temos pouca visibilidade quando se fala em literatura. Meu sonho é continuar desenvolvendo projetos para divulgar a importância da leitura”, ressalta.

E atualmente Otávio tem um estímulo a mais para continuar seu trabalho: o filho João Vitor, de quatro anos. “Ele já nasceu cercado de livros e adora ouvir histórias”, completa.

Confira o blog de Otávio Júnior, Ler é 10, Leia Favela.

Mais de 70% das escolas públicas não têm biblioteca

O Brasil precisa construir 130.000 bibliotecas escolares até 2020 para cumprir a lei 12.244, que obriga as instituições públicas e privadas de ensino do país a manter um acervo mínimo de um livro para cada estudante. Hoje, apenas 27,5% das escolas públicas têm biblioteca

ImagemSegundo levantamento realizado pelo movimento Todos Pela Educação com base no Censo Escolar 2011, só para equipar a parcela carente das 113.269 unidades públicas até o prazo previsto em lei, seria necessária a construção de 34 bibliotecas ao dia.

O estudo compara números do Censo 2011 com os de 2008 e revela que mais de 80% das escolas construídas entre 2009 e 2011 não possuem bibliotecas. Das 7.284 instituições inauguradas no período, pouco mais de 1.500 contemplam o espaço de leitura.

Os estados mais carentes são os das regiões Norte e Nordeste. Na rede municipal do Maranhão, só 6% das escolas têm bibliotecas. Apesar dos piores resultados se concentrarem nesses áreas, São Paulo ostenta um dos piores índices do ranking: 85% das unidades das redes estadual e municipais não têm bibliotecas, totalizando 15.084 unidades carentes.

O prejuízo é enorme: a edição 2012 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, da Fundação Pró-Livro, mostrou que as bibliotecas escolares são a principal forma de acesso a livros entre crianças e jovens de 5 a 17 anos de idades. “Isso mostra que só a legislação não é suficiente, porque tem lei que realmente não pega”, afirma Priscila Cruz, diretora do Todos pela Educação.

As instituições de ensino infantil são as mais prejudicadas. Enquanto 82% das escolas de ensino profissional e 52% das de ensino médio construídas após 2008 possuem biblioteca, apenas 10% das de ensino infantil têm o espaço. O número é um contrassenso, segundo educadores, visto que é na faixa etária dos 5 anos que a criança está descobrindo a língua escrita e precisa ser estimulada a ler.

 

Fonte: Portal AZ – 26/01/13